quarta-feira, 29 de maio de 2013

AUGUSTO CURY

“ – Marco Polo, o mundo em que você vive é um teatro. As pessoas freqüentemente representam. Elas se observam o tempo todo, esperando comportamentos previsíveis. Observam gestos, suas roupas, suas palavras. A liberdade é uma utopia. A espontaneidade morreu.
Marco Polo jamais pensou que poderia encontrar sabedoria num maltrapilho. Recordou a primeira aula de anatomia, as palavras preconceituosas do seu professor, da psicóloga e da assistente social. Percebeu como somos superficiais ao julgar pessoas diferentes. Compreendeu a própria superficialidade.”

(O futuro da Humanidade - Página: 28)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

AUGUSTO CURY

"...Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar..."

sexta-feira, 24 de maio de 2013

MACHADO DE ASSIS

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas crêem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa.
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal

quarta-feira, 22 de maio de 2013

AUGUSTO CURY


QUE VOCÊ SEJA ALEGRE,
mesmo quando vier a chorar.
QUE VOCÊ SEJA SEMPRE JOVEM,
mesmo quando o tempo passar.
QUE VOCÊ TENHA ESPERANÇA,
mesmo quando o sol não nascer.
QUE VOCÊ AME SEUS ÍNTIMOS,
mesmo quando sofrer frustações.
QUE VOCÊ JAMAIS DEIXE DE SONHAR,
mesmo quando vier a fracassar.
ISSO É SER FELIZ.
Que através deste livro você garimpe ouro dentro de si mesmo.
E SEJA SEMPRE APAIXONADO PELA VIDA.
E descubra que você é um
SER HUMANO ESPECIAL.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

AUGUSTO CURY

Múltiplos fenômenos foram lendo sua memória e produzindo milhares de pensamentos diários que foram registrados novamente, num ciclo contínuo. E você, sem perceber e sem ninguém o ensinar, aprendeu a entrar na sua memória e, em meio a bilhões de opções, resgatar os verbos, os substantivos, os adjetivos e produzir as cadeias de pensamentos. Sua mente é insondável, mas talvez você nem perceba. Diariamente, milhares de pensamentos e emoções foram registrados. As experiências com grande volume emocional foram arquivadas privilegiadamente. Desse modo, o medo, carinho, rejeição, correção, apoio foram tecendo a colcha de retalhos de sua memória consciente e inconsciente. Cuidar do que você arquiva é acarinhar a sua vida. Você sabe cuidar de si mesmo?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

MACHADO DE ASSIS


Ruínas

(...)
Risos não tem, e em seu magoado gesto 
Transluz não sei que dor oculta aos olhos; 
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta, 
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios 
Se uma discreta muda 
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; 
Melancolia tácita e serena, 
Que os ecos não acorda em seus queixumes, 
Respira aquele rosto. A mão lhe estende 
O abatido poeta. 
Ei-los percorrem 
Com tardo passo os relembrados sítios, 
Ermos depois que a mão da fria morte 
Tantas almas colhera. 
Desmaiavam, nos serros do poente, 
As rosas do crepúsculo. 
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge 
No teu lânguido olhar um raio deixa; 
— Raio quebrado e frio; — o vento agita 
Tímido e frouxo as tuas longas tranças. 
Conhecem-te estas pedras; das ruínas 
Alma errante pareces condenada 
A contemplar teus insepultos ossos. 
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo 
Sinto não sei que vaga e amortecida 
Lembrança de teu rosto.” 

Desceu de todo a noite, 
Pelo espaço arrastando o manto escuro 
Que a loura Vésper nos seus ombros castos, 
Como um diamante, prende. Longas horas 
Silenciosas correram. No outro dia, 
Quando as vermelhas rosas do oriente 
Ao já próximo sol a estrada ornavam 
Das ruínas saíam lentamente 
Duas pálidas sombras: 
O poeta e a saudade.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

AUGUSTO CURY


Bons filhos conhecem o prefácio da história de seus pais Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas.

Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes.

Bons jóvens têm sonhos ou disciplina. Jovens brilhantes têm sonhos e disciplina. Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas, que nunca transformam seus sonhos em realidade, e disciplina sem sonhos produz servos, pessoas que executam ordens, que fazem tudo automaticamente e sem pensar. 

Bons alunos escondem certas intenções, mas alunos fascinantes são transparentes. Eles sabem que quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo. Não querem, como alguns políticos, o sucesso a qualquer preço. Só querem o sucesso conquistado com suor, inteligência e transparência. Pois sabem que é melhor a verdade que dói do que a mentira que produz falso alívio. A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe. 

O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos. 

Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar. 

Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora. 

Procurem um grande amor na vida e cultivem-no. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueçam, em primeiro lugar tenham um caso de amor consigo mesmos.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

CLARICE LISPECTOR

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Theodore Roosevelt


O que importa não é o homem que critica ou aquele que aponta como o bravo tropeçou, ou quando o empreendedor poderia ter atingido maior êxito.

Importante, em verdade, é o homem que está na arena, com a face coberta de poeira, suor e sangue; que luta com bravura, erra e, seguidamente, tenta atingir o alvo. É aquele que conhece os grandes entusiasmos, as grandes devoções e se consome numa causa justa. É aquele que, no sucesso, melhor conhece o triunfo final dos grandes feitos e que, se fracassa, pelo menos falha ousadamente, de modo que o seu lugar jamais será entre as almas tímidas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Uma Criatura


Sei de uma criatura antiga e formidável,
Que a si mesma devora os membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome insaciável.
Habita juntamente os vales e as montanhas;
E no mar, que se rasga, à maneira do abismo,
Espreguiça-se toda em convulsões estranhas.
Traz impresso na fronte o obscuro despotismo;
Cada olhar que despede, acerbo e mavioso,
Parece uma expansão de amor e egoísmo.
Friamente contempla o desespero e o gozo,
Gosta do colibri, como gosta do verme,
E cinge ao coração o belo e o monstruoso.
Para ela o chacal é, como a rola, inerme;
E caminha na terra imperturbável, como
Pelo vasto arealum vasto paquiderme.
Na árvore que rebenta o seu primeiro gomo
Vem a folha, que lento e lento se desdobra,
Depois a flor, depois o suspirado pomo.
Pois essa criatura está em toda a obra:
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto,
E é nesse destruir que as suas forças dobra.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida;
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida.
Machado de Assis